O futuro, sabemos, é feminino. Eis o chamado da Nova Era. Devemos promover o fim da masculinidade tóxica que destrói e exclui o princípio feminino, impossibilitando a vida de acontecer e destruindo tudo à sua volta.

A tirania do princípio masculino atinge homens e mulheres, pois feminino e masculino é a composição de tudo o que existe no Universo. Sem a constante interação das polaridades masculinas e femininas, da energia ativa com a receptiva, não haveria criatividade, não haveria vida.

O mês de agosto começa com a quinta Lua Cheia do ano novo astrológico no céu, que traz o Sol em Leão e a Lua em Aquário. De um lado o princípio masculino, o Sol, do outro lado o princípio feminino, a Lua. E a nossa caminhada até pode ser na corda bamba dos limites entre um princípio e outro, mas existe um equilíbrio dos opostos que formam uma base, que deve ser estável e duradoura no sentido da complementaridade, e não da competição ou medição de forças.

Aquário, o signo dessa Lua Cheia, é o signo da Nova Era, símbolo de fraternidade e autonomia, de progresso e liberdade. Se por um lado o Sol em Leão centraliza o poder no Eu, Aquário descentraliza para instaurar co-soberania como sistema, sua autonomia e liberdade só pode ser plenamente vivida através da autonomia e da liberdade coletiva, seu poder está no Nós.

Para que possamos criar a nossa existência de uma forma mais fraterna e igualitária, devemos passar pelo processo de individualização sem pular etapas. E você pode estar se perguntando o que isso tudo tem a ver com amor e relacionamentos afetivos? Tudo. Pois não adianta a gente querer conviver harmoniosamente com nossos pares, assumir a identidade de um relacionamento, sem ter assumido, ou pelo menos reconhecido, a nossa identidade pessoal.

A força da energia solar nesse momento assume um caráter de reorientação em nossas vidas, de forma a cumprir com o processo de individualização, de reconhecimento da nossa força e brilho pessoal, atuando na liberação da energia mais próxima dos reais desejos e compatibilidades do nosso coração.

Sabemos que esse é o Ano do Sol, e é justamente neste mês que luz solar derrama-se sobre nós com maior intensidade, trazendo revelações e novidades. Mas precisamos estar preparadas para receber não só a luz, como também a sombra. Ou melhor, concebê-las, administrá-las, co-criar, conscientemente, junto com as forças do Universo, a nossa realidade.

Sabemos também que estamos em um processo mais amplo de reconstrução da nossa identidade pessoal e coletiva, e é aqui e agora que a coletividade se fortalece revelando o caminho para a elevação do nosso ego, para que a síntese do nosso ser possa ser concluída e, assim, ativarmos as trocas verdadeiras, eliminando aquelas impostas por egos atrofiados que só fazem sugar o nosso brilho. E o que não falta são egos mal resolvidos, exageradamente autocentrados, querendo controlar tudo a sua volta, buscando a centralização do poder, fazendo o caminho oposto ao do chamado da Nova Era.

E quantas e quantas vezes não entregamos nosso coração nas mãos desse tipo que só enxerga a si mesmo, que existe sob ordens julgamentos que nunca se voltam para si? Assim agem os tiranos, usando a luz para espalhar a sombra, aniquilando o desenvolvimento da qualidade primordial do signo de Leão, a generosidade, o amor que sai do coração, se utilizando, não da coragem, mas da covardia em seus relacionamentos. E quando entra a tirania, o amor desaparece. Quando há abuso entre as forças, o amor desaparece. Seja o abuso físico ou psicológico, quando você não dá espaço para o outro ser o que ele é, para que o outro também se expresse, você é um tirano.

O momento é delicado. Se entregamos a nossa energia feminina, ou seja, receptiva, nas mãos de um ego tirano, sabe-se lá o que restará de nós e o que será da nossa energia criativa. Certamente vai se apagar até virar cinzas.

Chegamos num ponto da história observando o mau uso e colhendo os frutos do desequilíbrio entre energia masculina, do princípio masculino, doador da vida, com a feminina. E temos a necessidade urgente de sair do nosso próprio umbigo para perceber que fazemos parte de algo maior, de uma consciência coletiva, ativa e receptiva. E que não tem espaço para subjetividade tiranas, nem para si, nem para o outro.

É a hora de avaliar nas relações tudo o que te impede de usar a sua autonomia e o seu livre arbítrio, tudo que impede você de ser você. Que a energia solar te faça reencontrar sua força, sua essência, seu brilho e seu poder, para romper com a tirania que te impede de ser dona da sua própria vida, que impede a comunhão e a consagração do Eu em Nós