Fotografia Kalisa Veer

Algumas pessoas podem imaginar que a diferença entre casais que funcionam bem e os casais chamados disfuncionais seria a ausência de conflitos, porém os conflitos são inerentes aos relacionamentos, não somente os amorosos, mas qualquer tipo de relacionamento. Assim sendo, os conflitos ocorrerão impreterivelmente, mas um dos principais fatores que diferenciam os casais funcionais dos disfuncionais é a forma pela qual os conflitos são manejados.

Considerando o aumento dos números de separações e divórcios registrados no país nos últimos meses devido à hiperconvivência gerada pela crise da Covid19, decidi dedicar este meu espaço aqui a uma série de colunas sobre as estratégias de resolução de conflitos conjugais , pois o tema é amplo e sempre muito necessário, mas atualmente ele se faz urgente.

Quando pensamos em resolução de conflitos, a literatura descreve diferentes possibilidades de encaminhamento que são divididas em dois grandes grupos de estratégias: estratégias construtivas e estratégias destrutivas. As estratégias construtivas contribuem para um bom funcionamento do casal: escutar o ponto de vista e validar a opinião do outro, abertura para conversar sobre o conflito e desejo genuíno de resolver o problema buscando uma solução que possa atender ao máximo os interesses dos dois, demonstração de afeto e apoio mútuo, boa comunicação e capacidade de negociação são algumas estratégias de resolução de conflito classificadas como construtivas, ou seja, são estratégias positivas que geram um bom resultado em termos de resolução de conflito.

 

Considerando o aumento dos números de separações e divórcios devido à hiperconvivência gerada pela crise da Covid19, decidi dedicar este meu espaço aqui a uma série de colunas sobre as estratégias de resolução de conflitos conjugais

 

Por outro lado, dentre as estratégias destrutivas podemos destacar a evitação do conflito ou a submissão aos interesses ou decisões do outro, culpar o outro pelo problema, competir ou agredir o outro verbalmente e fazer uso de violência física ou agressão psicológica.

Como já foi dito, conflitos fazem parte das relações humanas. No caso do relacionamento amoroso, eles costumam se fazer mais presentes do que nas outras relações, devido à proximidade, expectativas que um relacionamento amoroso envolve e especialmente devido às projeções que cada membro do casal faz no outro (as projeções são naturais, fazem parte desse tipo de relação, e lidar com elas faz parte da trabalho que é estar em um casal).

Entretanto, o tipo de estratégia empregado na resolução de conflitos é o que determina a direção à qual o relacionamento se encaminha. Ao empregar estratégias destrutivas, o relacionamento tende a caminhar para o desgaste, frustração, cansaço e, ao longo do tempo, ao término. Por outro lado, quando estratégias construtivas são empregadas, os conflitos passam a ser oportunidades de autoconhecimento, de conhecimento do outro, de reflexão sobre o relacionamento, de construção, de fortalecimento da parceria, da relação, do amor e de crescimento mútuo.

O tipo de estratégia empregado na resolução de conflitos é o que determina a direção à qual o relacionamento se encaminha

 

Podemos sim pensar nos conflitos como oportunidades de crescimento e fortalecimento da relação quando o casal consegue resolver seus conflitos de maneira construtiva. Na medida em que o casal percebe que consegue lidar bem com os conflitos e resolvê-los de maneira amorosa e respeitosa, o casal se fortalece cada vez mais. Não percam as próximas colunas nas quais vamos nos aprofundar nas estratégias de resolução de conflito individualmente! Até lá!