São tempos difíceis, irmãos, muito difíceis. Uso a palavra irmãos não em um sentido religioso nem nada, até porque não sou religiosa, mas esta pandemia que estamos enfrentando globalmente deixa clara uma coisa: somos todos um, estamos todos no mesmo barco e sim, somos irmãos e a humanidade é nossa família.
A relação amorosa enfrenta grandes desafios neste contexto. Os namoradxs sofrem com a distância física imposta pelo isolamento social e buscam amenizar a saudade como podem mantendo o contato por telefone e vídeo chamadas, mas sem dúvida, os casais que moram juntos enfrentam um desafio ainda maior: a convivência 24 horas por dia.
Estamos acostumados a sair para trabalhar e encontrar nosso amor somente à noite com uma convivência mais intensa apenas nos finais de semana. O confinamento muda totalmente essa dinâmica e é natural que os conflitos aumentem, pois não estamos acostumados a passar tanto tempo juntos e ainda por cima a maioria de nós está bastante sensível e tentando administrar como pode os altos níveis de stress e tensão que essa pandemia nos coloca.
Assim sendo, os conflitos aumentam. Se ainda não aumentaram aí, provavelmente vão aumentar. Por isso, gostaria de dar uma chave de relacionamento para valer somente neste período de quarentena – o lema agora é SEGUE O BAILE!
Essa pandemia vem mostrar que muitas vezes damos muito valor a coisas pequenas e não valorizamos devidamente o que é maior: a harmonia, o amor, o companheirismo e a empatia. E incluiria também a humildade nesta lista. Humildade na contramão do ego que é inflado, humildade de não fazer questão de estar certo, de perceber que estamos sensíveis e podemos estar pisando na bola mesmo sem perceber, de aceitar as diferenças e de compreender e sentir verdadeiramente no coração que há coisas muito maiores do que isso.
Empatia para compreender que o outro está também sensível, estressado, angustiado e fazendo o melhor que pode para lidar com essa situação tão hostil e adversa.
Então, na iminência de um conflito, tente evitar da forma que você conseguir. Caso não seja possível evitar o conflito, que ele então aconteça, mas de maneira pontual. Tente manter a calma, falar baixo e esperar o outro terminar de falar antes de iniciar sua fala. Se não for possível, tudo bem, discutam, da maneira menos acalorada possível e assim que a discussão terminar, coloque em prática o lema: segue o baile!
E continuem convivendo como se a discussão não tivesse acontecido. Já estamos todos sobrecarregados com nossa demanda pessoal de gerenciamento de stress e tensão. Guardar mágoas, continuar discussões ou manter um clima de desarmonia entre o casal neste momento é a pior coisa que podemos fazer.
Não temos controle de nada do que está fora, da pandemia, das possíveis curas, dos possíveis óbitos, dos cuidados que os outros estão ou não tomando para não disseminar o vírus, etc. Mas isso nós podemos fazer por nós mesmos, pelo outro, pela relação e pela harmonia do ambiente onde estamos confinados: SEGUE O BAILE!
E deixa pra lá. Esquece. Passa por cima. Acabou. Vira a página e vida que segue. Neste momento isso será muito benéfico. Quando tudo isso passar (e vai passar!), a gente volta ao normal, mas por enquanto, vamos seguir o baile.
Nada é mais importante agora do que o prevalecimento do amor, da humildade, da harmonia e da empatia. Ah, o lema vale para as relações familiares também, tá? Segue o baile!
foto Jonathan Borba
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