Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela.
Anaïs Nin nasceu em Paris, em 1903. Foi morar com a mãe e os irmãos nos EUA, em 1914, após seu pai ter abandonado a família.
Foi na viagem para a América que começou sua relação com a literatura. Anaïs começou a escrever uma carta ao pai, que nunca foi enviada, mas que acabou se transformando em seu diário.
A autora retornou para Paris, em 1924, quando conviveu com grandes personalidades literárias, como Antonin Artaud, Otto Rank, André Maurois, Lawrence Durrel, Constantin Brancusi, Henry e June Miller. Sua amizade com Henry e June Miller foi recriada em forma de romances e narrativas curtas.
Com a Segunda Guerra Mundial, a autora retornou para Nova York. Mas não encontra muita aceitabilidade para seus romances, que são recusados pelas editoras. Passou, então a escrever histórias eróticas para um colecionador anônimo, que depois foram compiladas e lançadas após a sua morte. As obras são chamadas “Delta de Vênus” e “Passarinhos”.
Na década de 50, as obras de Anaïs passam a ser elogiadas pela crítica e são publicadas com grande sucesso na Europa.
Anïs faleceu Faleceu em Los Angeles, em 1977.
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