Quando você ama uma pessoa, você não a ama o tempo todo, exatamente do mesmo modo, de forma ininterrupta.
Isso é impossível. É mentira se alguém disser que ama dessa maneira .

E, no entanto, é exatamente isso que a maioria das pessoas exige. Temos pouca confiança no fluxo e refluxo da vida, do amor e dos relacionamentos, e por isso tentamos nos agarrar à maré cheia e morremos de medo da vazante.
Tememos que a água não volte mais . Insistimos na permanência, duração, continuidade, quando a única continuidade possível na vida, e também no amor, está na fluidez, na liberdade, assim como os dançarinos que são livres, mal se tocando à medida que dançam, mas parceiros na mesma coreografia.

A segurança de um relacionamento não está em se apoderar ou possuir, ou exigir, criar expectativas ou nutrir esperanças.
A segurança em um relacionamento não está em contemplar, com nostalgia, o passado, e tampouco em antecipar o futuro.
A única segurança em um relacionamento é vivê-lo no presente e aceitá-lo como está neste momento.

Os relacionamentos devem ser como ilhas, é preciso aceitá-los pelo que estão aqui e agora, dentro dos limites deles – ilhas, cercadas e interrompidas pelo mar, e continuamente visitadas e abandonadas pelas marés.


Trecho extraído do livro: “O Presente do Mar” de Anne Morrow Lindbergh

Anne Spencer Lindbergh (22 de junho de 1906 – 7 de fevereiro de 2001) foi uma autora americana, uma aviadora e esposa do aviador Charles Lindbergh . 
Ela era uma autora aclamada, cujos livros e artigos abordavam os gêneros da poesia à não-ficção, abordando temas tão diversos como a juventude e a idade, o amor e o casamento, a paz, a solidão e o contentamento e o papel das mulheres no século XX. O presente do mar é um livro inspirador popular, refletindo sobre a vida das mulheres americanas.
Anne recebeu inúmeras honras e prêmios ao longo de sua vida em reconhecimento de suas contribuições para literatura e aviação. 

Foto Ishan @seefromthesky