Dá-me teus sonhos para eu brincar
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa
Despe meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me teus sonhos para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Alberto Caeiro foi um heterónimo criado por Fernando Pessoa, sendo considerado o Mestre Ingénuo dos heterónimos Álvaro de Campos e Ricardo Reis e também de seu próprio autor,Fernando Pessoa, apesar de apenas ter feito a instrução primária.
Foi um poeta ligado à natureza, que despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que pensar obstrui a visão. Afirma que, ao pensar, entramos num mundo complexo e problemático onde tudo é incerto e obscuro. À superfície é fácil reconhecê-lo pela sua objetividade visual, que faz lembrar Cesário Verde, citado muitas vezes nos poemas de Caeiro , pelo verso livre e pela linguagem simples e familiar. É um poeta de completa simplicidade, e considera que a sensação é a única realidade. Suas principais obras são O Guardador de Rebanhos, O Pastor Amoroso e Poemas Inconjuntos
Deixar um comentário