Paixão: que sentimento é este tão divinamente cultuado, mas tão complexamente explicado? Paixão, como é, como explicar, e ainda, como viver? São tantas perguntas com tantas respostas que definir torna-se tão extenso.

Paixão mais do que entender e explicar precisa ser descoberto, sentido e vivido. A verdade é que as pessoas em geral querem entender demais os próprios sentimentos e por vezes querem conceituar aquilo que vivem, enquanto poderiam pura e simplesmente viver e deixar fluir sejam quais forem os sentimentos que emerjam da relação. Pensarmos sobre paixão ou amor envolve conceitos e experiências muito pessoais e subjetivas, afinal cada um estabelece seus ideais e expectativas de forma muito peculiar.

Acontecem situações em que a paixão vem de forma tão intensa e avassaladora que cega a ambos e tudo acontece de forma sensual, erótica, e sexualmente prazerosa; e da mesma forma que vem, passado o furor maior, vai embora, sem deixar mágoas ou maiores sentimentos de perda. Pode ou não ter amor envolvido pois depende da elaboração de cada uma das partes sobre as experiências emocionais e afetivas envolvidas, portanto não podemos afirmar generalizando que na paixão não há amor, ou vice-versa.

Mesmo em relacionamentos breves ou de curta duração em que a paixão predomina podem existir bons sentimentos de bem querer, afeto e parceria, e podem ou não ser suficientes para que as partes queiram ou não permanecer juntos. Pode ser uma construção do amor, mas que não perdura e acaba antes mesmo de se aprofundar e por inúmeros motivos.

Existem situações em que a paixão acontece sem grande furor e mesmo menos intensa, para quem vive, sente que é estruturado e para um aprofundamento maior na relação e desenvolvimento de sentimentos, e que acontecem por identificações e convivência positiva e prazerosa. E para ela isso pode ser paixão, e por que não?

Paixão é paixão, é sentimento, sensação, alegria, prazer e satisfação, e não pensamento, ideias ou razão. Cada um vive a paixão do seu jeito e ela vai trazendo significações conforme o que está se estabelecendo internamente em cada uma das partes.

Paixão é sim sentimento de entrega, intensidade e afeto, porém não se mede a paixão pelas atitudes e comportamentos observáveis, mas sim pelos efeitos e significado no apaixonado, portanto cada um tem o seu jeito de viver a paixão.

Paixão, apaixonamento e apaixonados, o quanto que este processo afetivo e emocional é importante na vida das pessoas e suas relações? É importante na medida que seja bom para cada um e claro para ambos e para o relacionamento.

Sendo a paixão breve ou mais duradoura, intensa ou mais tranquila, fato é que a paixão sempre acontece no começo de um relacionamento, cada um do seu jeito, é ela que faz com queiramos estar juntos, encontrar, ou falar mesmo que rapidamente. Nos faz pensar no outro carinhosamente ou intensamente sem parar, enfim todo começo de relacionamento que tenhamos sentimentos, afeto e desejo intenso, é a paixão se manifestando. Existe também a paixão que se reascende em relações duradouras e estáveis, talvez este possa ser um tema futuro.

Nos dias atuais as pessoas parecem temer se apaixonar, o que temos a dizer sobre isso: Não façam isso, ao contrário, procurem se apaixonar, pois é no processo de apaixonamento que vivemos nossos sentimentos mais puros, verdadeiros e intensos, sem censura ou controle. E assim, podemos viver a construção de bons sentimentos em relação ao outro, bem como, nós mesmos, afinal esta é nossa maior essência: nossos sentimentos, afeto, emoções e amor.

Apaixone-se, ame e viva intensamente, de cabeça e coração abertos! Seja feliz!

Foto: Henry Jimenez