O mês de junho começa na Lua Crescente da lunação geminiana e termina com a primeira semana da Lua Nova de Câncer. Nos próximos dias que dão sequência a esta postagem, teremos a Lua Cheia em Sagitário com a presença de um eclipse lunar, no dia 5 de junho.

No céu existe uma quantidade imensa de planetas retrógrados ao mesmo tempo, além de Júpiter, Saturno, Plutão e Vênus, Mercúrio vai retrogradar em Câncer este mês, e Netuno, mais uma vez, em Peixes. Em compensação, nossa Vênus retorna de seu período de revisão e reavaliação no dia 24.

O período se apresenta voltado para as relações familiares, para a comunicação que estabelecemos ou que vamos estabelecer com as pessoas que constituem a nossa base, as nossas raízes. O desejo é reconstruir os valores que nos permeiam e sustentam para que encontremos o apoio de nossos pares, de forma a conquistar mais segurança em nossos relacionamentos.

Pode nos invadir o desejo de constituir um lar, ter uma família, começar um romance ou terminar aquele casamento de anos e anos, mas que depois de 2 meses de confinamento e um período de Vênus retrô, pode ter revelado a sua falência.

A lunação geminiana, com a presença do eclipse na Lua Cheia, vem para acelerar o processo de alinhamento entre os nossos pensamentos e sentimentos com as nossas ações, inaugurando uma etapa de expansão em nossas parcerias e filosofias de vida.

Mas, as retrogradações citadas nos lembram que, para crescer, evoluir, ir para frente, conceber nossos relacionamentos com consistência e qualidade, é necessário fazer o caminho de volta, retornar aos começos, às ideias que realmente nos movem, para que não caiamos nas armadilhas propostas pelas energias celestes, que são muitas!

Vamos supor que estamos começando um relacionamento ou já tínhamos um começado, mas ainda neste estágio inicial, quando, de repente, uma pandemia começa a ditar uma nova configuração social, entramos num isolamento compulsório, sem data para acabar, e tudo o que nos restou foi a a relação virtual no lugar do contato físico.

Os artifícios que utilizamos para reproduzir a presença nas relações virtuais é a principal armadilha do agora, porque o terreno astral é fértil na sedução, hábil na comunicação através das aparências, do uso de enredos e palavras, muitas vezes, vazias. É verdade que podemos usufruir desse contato intelectual e dar grandes saltos na evolução do nosso ser e dos nossos relacionamentos, é o que desejamos, mas para isso devemos responsabilidade às ideias que seguimos e propagamos.

O que mais podemos esperar desse momento é a gente assumindo a nossa própria superficialidade, de quem não pode prometer nada e ainda assim o faz, que não pode exigir nada de ninguém, e ainda assim exige. Não conseguimos lidar muito bem com o mundo das ideias, perdendo-nos facilmente na fantasia, dormindo num sonho colorido, acordando em algum momento com a realidade cinza. É preciso esforçar-se para viver o presente, somente o presente, pois não estamos em condições de projetar o futuro, esse estranho incerto, enchendo-nos de vontade de viver tudo o que temos direito, devido a proximidade da morte, real e simbólica, tampouco é para ficarmos presos ao passado, tentando a realização pelas vias que existiam antes, sem ceder ao aprendizado e a reformulação que nos está sendo exigida para viver o dia-a-dia, o aqui e o agora.

Quando o Sol entrar em Câncer, no dia 20 de junho, também será o início do inverno, a estação que chama um recolhimento muito maior do nosso ser, mais frio e vontade de calor interno, necessidade que grita quando o assunto é amor e relacionamento, já que o momento que antecede a geladeira é marcado pelo dia dos namorados, em 12 de junho, uma época que precariza o amor real para gerar a necessidade de um amor ideal, e assim garantir mais lucro ao comércio, e acaba se tornando uma data tóxica para grande quantidade de pessoas, pois falamos de relacionamentos amorosos e normativos como se não houvesse prazer na vida solitária ou outras realidades fora do padrão. E quanta gente vive ao lado de um par (ou mais de um, porque é bom lembrar que não existem somente relacionamentos monogâmicos), que não acrescenta mais nada em sua vida, mas continuam juntos por medo da solidão? Pela pressão que diz que você tem que ter alguém para existir, tem que formar uma família e, até mesmo, passar a vida inteira em relacionamentos infelizes e que nos fazem muito mal? Muito desse medo é construído e reconstruído nessa época, em que acreditamos e tomamos atitudes, tendo a nossa carência – forjada – como guia.

Jamais podemos nos esquecer que o relacionamento mais importante do mundo é, em primeiro lugar, conosco. E essa é a melhor oferta do céu, que impulsiona o autoconhecimento, os desejos sinceros, a verdade que quer sair de nosso coração e se comunicar com a verdade de outros corações.

Ainda temos dois próximos eclipses após o do dia 5 de junho, um na Lua Nova do dia 21, e outro no dia 5 de julho, no eixo Câncer-Capricórnio. Falaremos sobre eles no texto do próximo mês aqui na Vênus Digital.