Quem acompanha a @tropenosastros pela revista Vênus Digital, sabe que, desde a virada do ano de 2019 para 2020, a gente vem se preparando para uma grande mudança social, histórica e sem precedentes, e que esse momento eclodiria com a passagem do Sol para o signo de Áries, dando início ao novo ano astrológico regido pelo Sol. O ano do Sol veio para expor o que somos e como nos relacionamos com os outros. Um vírus novo e fatal surgiu criando uma pandemia no mundo, impondo uma quarentena à todos e sem data certa para acabar, obrigando-nos a descobrir outras formas de estar perto e de se comunicar com quem a gente ama. O momento é precioso e de reformulação total do que somos para ter e ser o que queremos daqui por diante.

O Sol em Áries chega nos oferecendo a coragem sob o medo para que possamos seguir a iniciativa para que uma nova liderança surja, a partir de nós, para nossa própria vida, e os afetos intensos para reconhecermos o que e quem são essenciais para nós, tanto individual quanto coletivamente. Áries é quente, um signo de fogo nas ventas e extremamente sensível, é a criança do zodíaco, seu oposto complementar é Libra, signo do feminino e dos relacionamentos amorosos por excelência. A busca pelo amor, por amar e ser amado expõe mais fortemente a dor e a solidão de quem ama, sufoca a criança que quer conquistar seus desejos imediatos enquanto o tempo desacelera e o mundo lá fora já não existe mais. Mas o amor continua. Por todos os lugares. E se reinventa. 

A experiência do amor em tempos de quarentena vem se dando de maneiras diferentes para cada pessoa, tem gente terminando relacionamento de anos, outras tantas começando, mesmo à distância, percebendo que não há limitações para conceber e estabelecer seus afetos. Áries é também é um signo bélico e voltado para si, expressões como “eu sou” e “eu faço” ganham destaque, nossos egos estão inflamados nesse período, e como é o ano do Sol, assim seguiremos até o final. Todo o nosso trabalho reside no autocuidado, na calma e na perseverança para encontrar as soluções para os nossos problemas sem alimentar a agressividade que nos leva ao caminho da dor, propiciando rompimentos bruscos e inimagináveis em nossas relações. É preciso ganhar confiança interna para suportar o mundo, e não porque o mundo é cruel e nós devemos aguentá-lo, mas para perceber que somos nós mesmos o seu suporte, e que o mundo que queremos começa com as nossas próprias atitudes.

“Tudo é Amor”, deixou-nos gravado, em voz, versos e música, Cazuza, ariano do dia 4 de abril, “Um homem que veio do pó / É o que transforma o pó em ouro / Um homem foi criado só / Mas vive em função do outro / Na natureza onde ele é rei / No universo onde não é nada / Na incerteza e no prazer / Na ilusão de ser amado / Tudo é amor / Mesmo se for por carma / Tudo é amor / Pretensão descarada”. O amor é a chave que move as engrenagens. E quando as tradicionais estruturas de poder começam a desmoronar sob as nossas cabeças, mostram que a saída para tudo de ruim que estamos enfrentando é encarar o amor como algo concreto a partir da ação. E não é somente do amor entre pares que estamos falando, pois a restauração da Terra passa pelo exercício do amor fraterno, infinito em suas possibilidades, que deve sair de nós para todos, sem exceção, em busca de harmonia e equilíbrio em nossas relações sentimentais e sociais, e sem fronteiras, pois enquanto estamos recolhidos em nossas casas, alguns completamente sós, nunca estivemos tão próximos de nós mesmos e de quem amamos.

Sigamos! Pois, “nascemos para brincar e não para esculhambar a vida, nascemos para curar e cutucar a ferida, mesmo se for pra transformar num inferno um céu conformista. Mesmo se for pra guerrear, escolha as armas mais bonitas. Tudo é amor.”