O amor nasce se estamos distraídos e, diferente da paixão (que causa revoada de gaivotas nas entranhas), é ternura em meio ao caos dos nossos dias. A paixão cega e faz com que apaixonados cruzem avenidas com o sinal vermelho, e o amor… ah, o amor é um casal cantando Your Song no rush,  alheios às buzinas insistentes de apressados em chegar a lugar nenhum como aquele.

Se a paixão um dia há de bater portas, o amor sempre  deixará as janelas abertas para arejar e iluminar conversas e sorrisos.

Amar requer talento em ceder para alegrar. É se encantar pelo prazer do outro, aprender com as diferenças sem julgar. É parceria e admiração, é cuidado e respeito. Amor é a calmaria das vontades, já a paixão é a vontade de desejo. E amor não morre naturalmente. Mata-se o amor ofertado com indiferença ao universo do outro, na imposição de vontades, no carinho ausente, na contestação dos próprios enganos, na fúria do ciúme, na desconfiança e acomodação, pois o amor quer ser amado,ouvido e sentido. Enquanto a paixão exige recompensas, o amor só quer ser nutrido.

O amor é delicado, pétala e pólen. A paixão é abrupta, ponta de espinho, dor ao partir. Amor é dor de parto, paixão são ondas socando as rochas. Amor é água que corre envolvendo as pedras.

E quanto mais amor se dá, mais amor se tem para oferecer, e nunca amor se cobra, pois o amor simplesmente vem.

Já cuidou do seu amor hoje?