Ideologias políticas têm afetado as relações. Como lidar com isso? Até que ponto esse “sentimento” extremo tem a capacidade de separar casais? E como lidar com isso quando o resultado final, foi definido?

Finda a eleição, mas ficam os resquícios de mágoas ou desacordos entre os pares, que durante o processo eleitoral viveram posicionamentos extremistas em defesa deste ou daquele candidato e, que por vezes, sequer representa o nosso desejo ou ideais políticos.

Temos nos deparado com uma realidade que permeia tanto temas comuns como política, economia e outros do nosso cotidiano, bem como temas diretamente relacionados à vida a dois como convivência, filhos, finanças, em que observamos as partes sempre querendo defender as suas razões e opiniões e pouco receptivas à visão e ideias do outro. Acabam por vezes gerando atritos e discórdia para uma situação que deveria ser uma realidade tranquila e resolutiva no relacionamento conjugal.

Talvez estas condições reflitam o que tem ocorrido socialmente em nosso país, principalmente decorrente da polarização política que temos observado e vivido em nossa própria realidade social, familiar e até conjugal.

O que está por trás de tantos desentendimentos, discussões e brigas? Certamente um dos princípios existenciais tão conhecido, propagado, porém, pouco praticado que é o RESPEITO. A falta dele nos relacionamentos pode sim levar a condições insuportáveis e críticas que podem levar ao desgaste e à uma ruptura entre as partes sim.

Quando um par não convive com respeito e discordam de um assunto como política e entram num embate, cada um tende a não querer levar em conta ou considerar que o outro também pode ter razão ou que o outro lado pode ser bom também. O extremismo acaba sendo uma via decorrente de uma falta de prática não só do RESPEITO, mas também de uma autoavaliação e reflexão sobre temas, assuntos e posições divergentes entre as partes do casal.

Alguns cuidados podem ser observados entre o par para que não evoluam para um caminho destrutivo até a ruptura:

1.      Divergências sempre vão existir, por mais que se amem, tenham muitas identificações e afinidades, ainda assim elas acontecerão. O mais importante é que se tenha tranquilidade, serenidade e resolução consensual quando elas surgirem ou acontecerem.

2.      Pense que a sua certeza e convicção não é a única forma de se pensar e viver uma situação, ela pode ser a melhor para você, e não necessariamente será a melhor para o outro. A forma do outro pode não ser boa para você, mas não significa que seja pior ou errada.

3.      O RESPEITO é de fundamental importância e essencial para a convivência a dois; que é poder ouvir o parceiro e, mesmo que não concorde, ficar bem com a visão a atitude do outro, sem querer que ele mude ou impor o seu ideal e comportamento.

4.      Quando praticamos o respeito, exercitamos outras virtudes junto ou em decorrência dele, como a flexibilidade, reflexão, paciência, tolerância, companheirismo, amizade, afeto e o amor.

5.      Nas situações que exigem consenso, é sempre importante que busquem uma via que atenda as duas partes e que, por vezes, atenderá mais a um do que ao outro, assimilando que isso faz parte da convivência conjugal.

Destaco aqui a importância de um bom canal de comunicação entre as partes para poderem lidar bem com tais situações, portanto o exercício da boa comunicação entre o casal é sempre importante para que quando existirem conflitos, divergências, discussões e brigas, ela possa fluir bem também.

Não devemos correr ou temer assuntos difíceis, polêmicos ou conflituosos, ao contrário é importante que cada um se manifeste e ouça para assimilar como cada um vive e buscar uma harmonia para que ambos fiquem bem, amem sempre e sejam felizes!

Foto: Oladimeji Odunsi