Reciprocidade é essencial no relacionamento, mas é mal compreendida

Quando falamos de estrutura de relacionamento a dois, temos que pensar na reciprocidade como um dos importantes alicerces de sustentação. Afinal, nenhum relacionamento resiste à situação em que apenas uma das partes se entregue em atitudes ou comportamentos de manifestação sentimental. Portanto, é um tema que sempre deve ter o devido cuidado entre as partes.

Foto Jake Melara

Todo relacionamento depende fundamentalmente da entrega afetiva, emocional e disponibilidade de tempo, sem estes elementos um relacionamento não acontece e fica parcial e assim surgem riscos de insatisfação ou queixas de uma ou ambas as partes.
Reciprocidade não é competição  
É importante ter clareza de que reciprocidade não é necessariamente a condição em que os dois tenham igualmente manifestações ou intensidade de participação, pois corre-se o risco de criar uma competição de quem se entrega mais ou quem valoriza mais o relacionamento e reciprocidade não é isso.
A reciprocidade é poder ter o sentimento de que sou correspondido nos meus sentimentos, atitudes e demonstrações afetivas e emocionais. É importante que cada uma das partes reconheça que cada um faz isso do seu jeito e não necessariamente como eu faço ou desejo que seja feito.
Por vezes, pecamos ao ter nossas expectativas frustradas em relação ao outro e interpretar isso como falta de reciprocidade, de entrega ou dedicação, quando na verdade é uma forma diferente de demonstração e manifestação de sentimento e carinho.

Dicas de como lidar com a não reciprocidade no relacionamento:
 

1. Observe se realmente há falta de entrega na relação ou se de repente o par se manifesta de forma diferente da que eu espero e isso acaba me frustrando, gerando um sentimento de mágoa.

2. Tenha cuidado em não confundir quebra de expectativa com falta de reciprocidade, leve sempre em conta características do par e suas possíveis dificuldades.

3. Procure sempre manifestar suas expectativas e desejos, que podem ou não ser atendidos, mas no mínimo criará a possibilidade de que outro saiba e se esforce em atender.

4. Busque sempre o caminho do diálogo para tratar de questões essenciais com entrega e sua possível reciprocidade. Só assim se poderá chegar a ajustes e entendimentos sobre estruturas elementares do relacionamento a dois.

5. Não sofra solitariamente e compartilhe suas angústias e insatisfações.

6. Permita-se melhorar e transformar o seu relacionamento para melhor e assim viver mais satisfeito e feliz!


Eduardo Yabusaki – Psicólogo e Sexólogo Especializado em Terapia Comportamental Cognitiva, Terapia de Casal e Terapia Sexual. Coordenador do Curso de Sexologia Clínica ministrado em diferentes cidades há mais de 15 anos. Docente convidado do Curso de Fromação em Sexologia Clínica de BH. Responsável pelo www.vidadecasalbh.com.br