O difícil momento da separação que acontece depois de anos de convivência e que mesmo depois de resolverem de forma madura que o melhor caminho é a separação, pois não conseguem mais seguir juntos, por desencontros, perda de ideais comuns, interesses divergentes, enfim, inúmeros motivos que, mesmo que feitas todas tentativas de acerto e entendimento, ainda assim não prospera e inviabiliza a permanência de ambos no relacionamento.

Mesmo que esteja claro para ambos que esta é a única alternativa que lhes resta para buscarem cada um a sua felicidade, seja num outro relacionamento ou mesmo sozinhos, isto não ameniza a dor ou o sofrimento pela perda de alguém por quem durante tempos nutriu bons sentimentos e por quem tem grande estima e respeito.

Por vezes a dureza destes sentimentos fazem com que a angústia e todo o histórico de convivência façam com que a saudade dê espaço às lembranças e bons sentimentos cultivados ao longo do relacionamento e desfazer-se deles pode não ser uma tarefa tão fácil e que o momento de despedida evidência a finitude da relação e tudo de bom que advinha de sua convivência.

Quando falamos do processo de elaboração do luto pela perda afetiva, nos referimos exatamente a elaboração destes sentimentos e emoções de ausência e perda deixada pelo par. Que acontece não por morte efetiva, mas sim por morte interna dos sentimentos dirigidos àquela pessoa e relacionamento. Este processo de elaboração envolve conviver com a falta de tais sentimentos e transformar esta condição em força e motivação para sua superação e crença de que possa buscar e viver tudo novamente em outro relacionamento que venha constituir e construir.

É importante entendermos que por mais que a despedida seja uma escolha definida e aceita por ambos, não impede que os sentimentos aflorem e seja um processo confuso, afinal não se desfaz de sentimentos de uma hora para outra. É um processo em que os sentimentos vêm e vão, e que sua ausência vai se consolidando com o passar do tempo e assimilação deste processo de desvinculo e descoberta de novas possibilidades.

Não se deve buscar um novo relacionamento em substituição ao que terminou para que não venha atrapalhar no processo de elaboração do término, mas se acontecer de você cruzar com alguém que desperte seu interesse e atração, isto pode ajudar nesta sua elaboração. Não devemos pensar de forma regrada ou comum, mas sim com clareza e individualidade pois cada um passa por esta experiência de forma única e peculiar.

Depois deste processo todo, se ainda assim, concluir que àquele com quem manteve longo relacionamento seja alguém com quem deseja manter contato, nada impede que mantenham uma amizade, o que não é incomum entre pares que terminaram seu relacionamento. O mais importante é que depois de todos os sentimentos vividos possa ficar bem consigo mesmo e com o seu mundo que pode incluir ou não seu ex-par.

Viva, apaixone-se, ame e seja feliz!

 

foto Averie Woodard